Sabe aquela crise econômica que atingiu o Brasil nos últimos anos? Pois é, ela está perto do fim. O mercado já aponta crescimento, a inflação parou de crescer tão fortemente e a taxa de juros está estável há vários meses. Isso significa que muitos tipos de investimentos serão impactados.
Em um cenário como esse, é esperado que a Selic — a taxa básica de juros do país — continue se mantendo no mesmo valor por alguns meses (hoje, ela está em 6,5% ao ano) e depois reduza gradativamente. Como essa taxa é usada como base para vários investimentos, muitos ativos passarão a render menos nos próximos meses.
Quer entender um pouco melhor como isso funciona e quais investimentos ainda valem a pena nesse cenário? Então, continue a leitura!
O que acontece com a renda fixa nesse período?
Os rendimentos de renda fixa, como você sabe, funcionam como qualquer empréstimo, correto? Isso significa que a rentabilidade deles é calculada com base em uma taxa, que são os juros, que é aplicada sobre o tempo que o empréstimo durou.
Essa taxa não é escolhida ao acaso. O governo, os bancos e as empresas que emitem títulos de renda fixa fazem os cálculos da rentabilidade que podem oferecer com base na Selic. Isso acontece porque o Tesouro Direto, o investimento mais conservador do país, tem sua remuneração baseada na taxa básica de juros.
Em outras palavras, podemos dizer que os investimentos, para serem atraentes, precisam render mais do que o Tesouro Direto. Caso contrário, todos os investidores apenas colocariam seu dinheiro em títulos públicos, já que eles são mais seguros.
Como os juros estão estáveis atualmente — e é esperado que eles caiam no futuro —, você já deve imaginar o que vai acontecer. O Tesouro Direto passará a render um pouco menos e isso gerará uma reação em cadeia, reduzindo um pouco a rentabilidade de todos os investimentos de renda fixa.
Mas não precisa ficar preocupado. Dentre os vários tipos de investimentos de renda fixa, existem ativos que continuarão rentáveis. Você não precisa começar a correr riscos sem ter vontade, apenas precisará mudar um pouco a sua estratégia de investimento.
Qual deve ser o posicionamento dos investidores nesse cenário?
Assim como em qualquer mudança, essa oscilação na taxa de juros tende a deixar as pessoas inseguras. Entretanto, você não precisa ficar assim. Veja bem: quando os juros caem o acesso ao crédito aumenta, o que fomenta a economia e cria dezenas de novas oportunidades de investimento.
Como estamos falando de uma transformação em toda a economia brasileira, os investidores — isso inclui você — precisam adotar uma postura mais analítica. É necessário observar as propostas, acompanhar as notícias e entender o impacto que a taxa de juros vem causando em todos os investimentos.
Esse é, também, o momento de reavaliar sua carteira e entender se seus ativos devem ser mantidos, liquidados ou trocados. Tire um tempo para pensar sobre isso, sua saúde financeira merece essa atenção.
Quais os tipos de investimentos que devem ser priorizados?
Já que o cenário é de mudança, que tal reavaliar os tipos de investimentos disponíveis e pensar em diferentes estratégias para continuar tendo uma boa rentabilidade? A seguir, separamos quatro opções que poderão continuar atraentes mesmo se a Selic cair. Confira!
1. Títulos públicos a longo prazo
Os títulos públicos sempre são um investimento interessante para investidores mais conservadores. É fácil de investir neles, a rentabilidade supera a inflação e o risco de crédito (chance de o dono do título não pagar o investidor) é baixíssimo.
O mais importante nesses títulos é o período de investimentos. Como a rentabilidade funciona no medo de juros sobre juros, os seus ganhos funcionam como uma bola de neve. Quanto mais dinheiro você ganha, mais você ganhará no próximo mês e assim sucessivamente.
2. Fundos multimercado
Outra opção bem interessante para o período de juros baixo é o fundo multimercado. Ele funciona assim: os investidores compram cotas. Esse dinheiro é, então, cuidado pelo gestor do fundo de investimentos, que decide os tipos de ativos que vão ser adquiridos.
A rentabilidade dos ativos é repassada com base no número de cotas que cada investidor adquiriu. Além disso, essa aplicação é muito interessante se você não consegue acompanhar todas as mudanças do mercado ou se tem dúvida sobre os melhores investimentos.
O gestor do fundo é um profissional capacitado e com experiência no mercado financeiro. Ele alocará recursos da melhor forma possível, sempre aproveitando as oportunidades, evitando riscos desnecessários e buscando a melhor rentabilidade para os investidores.
3. Ações e fundos imobiliários
A queda dos juros, como falamos, permite que as empresas e pessoas tenham acesso a crédito por um preço mais baixo. Isso significa que o número de pedidos de empréstimos e financiamentos aumenta. Esse dinheiro, por sua vez, tem dois destinos muito interessantes:
- empresas que pedem empréstimo para investir em seu crescimento;
- pessoas que pedem empréstimo ou financiamento para comprar um imóvel.
No primeiro caso, vemos uma estratégia que gera valorização das empresas, já que os investidores veem o impulso de crescimento das empresas com bons olhos. Isso faz do mercado de ações uma alternativa interessantíssima, uma vez que vários papéis devem subir nos próximos meses.
Outra área que cresce bastante é o mercado imobiliário. Maior demanda (pessoas pedindo empréstimo e financiamento) significa, também, aumento de preços. Só que você não precisa comprar um imóvel para aproveitar essa rentabilidade.
É possível optar, por exemplo, pelos fundos imobiliários. Com esse ativo, você vira sócio de um conjunto de imóveis. Além da valorização da cota, quem investe em fundos imobiliários ganha mensalmente um aluguel pelo fundo — e o mais importante: esse aluguel é livre do Imposto de Renda (IR).
4. Debêntures incentivadas e CRA
Além de buscar por rentabilidades mais atrativas, outra forma de continuar tendo bons ganhos mesmo com os juros em baixa é pagando menos impostos. Investimentos com isenção do Imposto de Renda são uma ótima opção para isso.
Dentre as opções disponíveis, existem duas que corroboram com o que falamos ao longo do texto. A primeira é a Debênture incentivada. Nela, você investe em empresas que o governo tem interesse em seu crescimento.
A segunda opção é o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Essa é uma área estratégica para a economia brasileira, e, por isso, é incentivada pelo governo federal. Ao investir nos CRA, você contribui com o crescimento do agronegócio, tem rentabilidades dentro da média e não paga IR.
Por enquanto, a Selic tem estado estável há vários meses, mas você não pode contar que isso se manterá para sempre. Pesquise mais sobre os tipos de investimentos que falamos neste texto, veja quais são os melhores para você e crie uma estratégia para quando a taxa de juros começar a cair.
Caso precise de uma ajuda para escolher os investimentos, fizemos um post que pode ajudar. Nele, ensinamos como analisar qual é o melhor investimento financeiro para você. Confira!