Já pensou em investir em títulos públicos? Já viu outras alternativas?

·

 

Mesmo com inflação em queda livre, a caderneta de poupança continua pouco atrativa ao investidor. Em 2017, quem deixou seu dinheiro parado na poupança amargou rendimento bruto (sem considerar a inflação) de apenas 6,16%, enquanto outras aplicações acumularam ganhos acima de 40%.

Com margem pequena de retorno real (rendimento descontado a inflação), milhares de brasileiros começam a despertar para a necessidade de investir para além da caderneta — e foi aí que começou outro problema: a falta de conhecimento sobre títulos públicos ou privados.

Você sabe qual a diferença entre eles? Muito se fala hoje em dia em Tesouro Direto, por exemplo. Mas, será que não há no mercado títulos com maior rentabilidade? Continue a gente e fique por dentro do assunto!

O que são títulos públicos? E os privados?

Títulos privados e públicos são modalidades de renda fixa, ou seja, aplicações de baixo risco que funcionam como um tipo de “empréstimo” ao emissor dos papéis (que pode ser um banco ou o próprio governo), mediante retorno com juros em data pré-acordada.

Esses títulos podem ser remunerados de forma prefixada ou segundo algum referencial, como a Selic (taxa de juros referencial da economia), IPCA (índice que mede inflação) ou CDI (taxa usada pelos bancos e geralmente bastante próxima à Selic).

Por contarem previamente com parâmetros mais claros de rentabilidade, esses investimentos apresentam risco menor do que a renda variável. Em virtude disso, são os investimentos preferidos do brasileiro.

Quais são os títulos públicos mais relevantes no universo dos investimentos?

O Tesouro Direto está entre os principais títulos públicos do país. Emitidos pelo governo, eles são lançados ao mercado para fornecer recursos ao Estado — que, a partir disso, conseguirá cumprir com suas obrigações orçamentárias, como fazer investimentos em saúde, educação e infraestrutura.

Desde 2002, o Tesouro Nacional permite a compra direta de títulos do Tesouro por pessoas físicas (a partir de R$30,00).

Basicamente, há três tipos de títulos existentes: o Tesouro Prefixado, o Selic e o IPCA.

Tesouro Prefixado (antes chamado de LTN)

No Tesouro Prefixado, a rentabilidade é definida no ato da compra dos papéis. Além disso, é mais indicado para momentos de queda na Selic. Esse título tem uma variação, o chamado Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (antes chamado de NTN-F) — em que os juros devem ser pagos a cada seis meses.

Tesouro Selic (antes chamado de LFT)

São os títulos pós-fixados que remuneram a variação da Selic no período. Por essa mesma característica, são mais recomendados para momentos de alta nessa taxa referencial de juros.

Tesouro IPCA (antes chamado de NTN-B Principal)

O Tesouro IPCA é um título híbrido, composto por uma parte prefixada e parte pós-fixada que remunera a variação da inflação medida pelo IPCA, além de uma taxa predefinida.

Esse título apresenta também outra versão: o Tesouro IPCA com Juros Semestrais (antes chamado de NTN-B), cuja diferença do NTN-B Principal é o tempo de pagamento de juros (a cada seis meses).

Quais são os títulos privados mais importantes?

Se você se torna uma espécie de credor do governo quando compra títulos públicos, com os títulos privados, o raciocínio é o mesmo. A diferença é que você estará emprestando dinheiro para instituições financeiras e não financeiras privadas.

Os mais conhecidos títulos privados de instituições financeiras são os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), as Letras de Crédito Imobiliário/do Agronegócio (LCIs/LCAs) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários e Agrícolas (CRI e CRA, respectivamente). Há, ainda, as debêntures e as notas promissórias, lançadas por instituições não financeiras.

CDB

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é emitido por bancos para financiar suas políticas de crédito. Isso significa que você empresta recursos ao banco, que o re-empresta a outros investidores, mediante devolução de seu capital no futuro, com juros.

Assim como os títulos do Tesouro Direto, existem os CDBs prefixados e os pós-fixados. Uma vantagem crucial em prol dos CDBs é que, em sua versão pós-fixada, por exemplo, a remuneração é baseada no CDI, um índice que é sempre muito próximo à Selic. Como há bancos médios que remuneram CDBs em até 120% de CDI, investir nesses títulos pode ser vantajoso mesmo em épocas de baixa na taxa de juros.

Por outro lado, o Tesouro Selic é mais engessado. Estritamente atrelada à própria Selic (que é estimada a cada 45 dias pelo Banco Central), essa modalidade de título público pode ser inviável em momentos como o atual (em que essa taxa referencial de juros vem despencando gradativamente, chegando aos 6,5%a.a.em junho/2018).

Outra vantagem do CDB é estar amparado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), um fundo de contribuição obrigatória de todas as instituições financeiras que assegura ao investidor ressarcimento de até R$ 250 mil por CPF (e por banco) em caso de falência da instituição.

Já os títulos públicos (como o Tesouro Direto) não contam com qualquer proteção extra. Ainda que improvável, caso houvesse um “calote” da dívida interna, o investidor poderia ter problemas para resgatar seu capital.

LCI/LCA

As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCA) são ativos de renda fixa, títulos privados lastreados por empréstimos ligados à construção civil/agronegócio. Como o CDB, esses papéis também têm rentabilidade pré ou pós-fixada, sendo que, no último caso, o referencial mais comum é também o CDI.

Perceba que tanto o CDB quanto as LCIs/LCAs remuneram nos mesmos moldes que o Tesouro (de forma prefixada ou com base na Selic). Todavia, uma das vantagens desses títulos privados é a proteção do FGC.

Entretanto, as Letras de Crédito ainda desfrutam de uma característica especial (e nada desprezível): a isenção de Imposto de Renda, virtude que quem aplica em Tesouro Direto não pode usufruir.

CRI/CRA

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Agrícolas (CRA) estão entre os investimentos que mais cresceram nos últimos dois anos. Em dezembro de 2016, por exemplo, as emissões de CRAs aumentaram 10 vezes em relação ao mesmo período do ano anterior.

Tanto as LCIs/LCAs quanto os CRIs/CRAs são investimentos ligados à captação de recursos para concretização de atividades imobiliárias e do agronegócio, além de serem isentos de imposto de renda. Entretanto, diferentemente das LCIs/LCAs, que são emitidas por bancos, os CRIs e CRAs são lançados exclusivamente por companhias securitizadoras.

Além disso, os CRIs/CRAs não são amparados pelo Fundo Garantidor de Crédito. Eles também têm contratos de longo prazo e de menor liquidez (dificuldade de resgate imediato em caso de emergência), o que significa que você terá que carregar esses títulos até o vencimento (são aplicações de maior risco em relação às Letras). Para compensar esses pontos, tais Certificados costumam apresentar maior rentabilidade do que as LCIs/LCAs.

De toda forma, tanto as LCIs/LCAs como os CRIs/CRAs vêm apresentando resultados tão ou mais interessantes do que os títulos públicos (como Tesouro Direto). Especialmente em virtude do atual momento (de queda na Selic e de inflação em patamares mínimos históricos), ativos como Tesouro Selic e Tesouro IPCA começam a trazer rentabilidade baixa em relação a épocas passadas.

O brasileiro aprendeu que poupança não era investimento, mas muitos ainda cometem o erro de olhar para apenas um único ativo. A bola da vez é o Tesouro Direto.

Debêntures

Há ainda os títulos privados emitidos por instituições não financeiras (sociedades por ações), as chamadas debêntures, que asseguram direito de crédito do investidor contra a empresa emissora desses “papéis”. Dentre esses ativos, as debêntures incentivadas (lançadas por empresas da área de infraestrutura, como construção de aeroportos, rodovias e portos) vêm quebrando recordes históricos em número de investidores desde 2017.

Esses títulos geralmente têm remuneração híbrida (IPCA + taxa prefixada), em patamares similares ao Tesouro. Mesmo assim, sua rentabilidade real é bem maior. Por quê? Porque esses papéis também não sofrem desconto de IR para pessoa física, diferentemente do Tesouro IPCA.

Então, entendeu por que você precisa olhar para outros investimentos em renda fixa? Assine nossa newsletter e receba gratuitamente em seu e-mail dicas e conteúdos exclusivos sobre mercado de ações, câmbio, títulos públicos/privados e finanças pessoais! Sucesso e até a próxima!

Compartilhe
Share on facebook
Share on linkedin
cordierinvestimentos
cordierinvestimentos

Abra sua conta conosco e tenha uma assessoria de investimentos ao seu lado