Por que os bancos e corretoras de valores querem o seu dinheiro?

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Você já se perguntou como o banco e a corretora de valores ganham dinheiro? E sabe a relação entre o lucro dessas instituições e os investimentos financeiros?

Se está pensando em aplicar seu dinheiro ou já é investidor é muito importante que entenda a dinâmica dos bancos e das corretoras de valores para tomar decisões vantajosas e aproveitar as oportunidades. Afinal, seu objetivo é otimizar os ganhos e ter uma boa rentabilidade, certo?

Neste post, vamos explicar se realmente é vantajoso fazer investimentos em bancos e como você, investidor, pode se dar muito bem entendendo como eles funcionam. Vamos lá!

Como os bancos lucram?

Você já ouviu falar em spread bancário? Esse termo define a principal forma pela qual os bancos lucram. Em linhas gerais, é a diferença entre quanto o banco paga ao tomar empréstimo e o quanto cobra para emprestar dinheiro.

Funciona assim: quando você coloca seu dinheiro na conta-corrente, na poupança ou faz qualquer outra operação (crediários, cheque especial etc.), o banco utiliza esse recurso para oferecer crédito. Na prática, sempre que você adquire o investimento de um banco ou deposita na poupança, está “emprestando” seu dinheiro a ele. Essa instituição, por sua vez, utiliza esse valor para oferecer empréstimos e cobrar juros.

É aí que está a grande jogada: ao correntista que “emprestou” o banco paga uma taxa de juros muito menor em comparação àquela do empréstimo para outro cliente. A diferença entre as duas é o spread bancário.

Vamos a um exemplo simples para que você entenda melhor. Digamos que você coloque R$ 100,00 na poupança, cuja taxa de rendimento é de 0,37% ao mês. O banco pega esse dinheiro e o empresta a outro correntista cobrando juros de 10% ao mês. No próximo mês, esse indivíduo terá que pagar R$ 110,00, enquanto o banco paga a você apenas R$ 100,37. A diferença entre esses valores (R$ 9,63) é o spread bancário.

É importante notar que a taxa de rendimento da poupança é bastante baixa e que, além disso, o banco está emprestando o dinheiro para uma terceira pessoa. Ou seja, está correndo risco dessa pessoa não pagar o empréstimo. Por isso a taxa que o banco cobra é bem mais elevada, por conta do risco de tomar calote. Já por outro lado, o risco de você tomar calote do banco é bem menor, assim, ele paga um juros bem mais baixo pelo dinheiro que você está “emprestando” para ele.

Agora que você entendeu um pouco como o banco ganha dinheiro, que tal conhecer as principais diferenças entre um banco e uma corretora de valores?

Quais as principais diferenças entre um banco e uma corretora de valores?

Para entender as diferenças dos investimentos entre os bancos e as corretoras, é preciso considerar três variáveis: custos, taxas e rentabilidade. Além disso, é fundamental compreender o papel de duas figuras muito importantes: o gerente bancário e o assessor de investimentos. Vamos explicar tudo isso nos próximos tópicos, acompanhe:

Custos e taxas

Ter uma conta em um banco geralmente envolve o pagamento de muitas taxas, certo? Muitas operações envolvem algum custo ao cliente, como transferências (TED e DOC), saques em caixas eletrônicos, cheque especial, manutenção da conta-corrente, entre outros.

Abrir uma conta em uma corretora, por outro lado, é bem simples — e geralmente não são cobradas taxas para que o investidor abra uma conta e comece a investir. Essa é a primeira vantagem em relação aos bancos.

Então, basta enviar os documentos solicitados e esperar algumas horas para concluir a abertura da conta na corretora de valores. Além disso, há ainda a praticidade de fazer tudo pela internet e de forma segura, o que nem todos os bancos oferecem.

E mais: existem dezenas de corretoras que não cobram taxas de administração, o que permite que o investidor realize muitos investimentos sem perder dinheiro com esses custos.

Rentabilidade

Os investimentos oferecidos por uma corretora de valores pagam bem mais do que aqueles ofertados pelos bancos tradicionais. E você sabe por quê? Antes de responder a essa pergunta, você precisa entender o que são as corretoras de valores e como elas lucram.

Essas instituições têm como foco oferecer investimentos, ou seja, são a ponte entre o investidor e a instituição que tem a custódia do investimento.

As corretoras ofertam ações, títulos públicos federais (como o Tesouro Direto), fundos de investimentos e imobiliários, títulos privados (debêntures, CDBs, LCIs e LCAs) e uma infinidade de outras opções. E o lucro delas vem da movimentação de dinheiro de seus correntistas e da lucratividade dos investimentos. Não entendeu? A gente explica!

Uma corretora de valores recebe uma porcentagem por investimento realizado por seu intermédio pela primeira vez. Um exemplo: você nunca investiu no Tesouro Direto e abre uma conta em uma corretora.

Por meio dela você adquire um Tesouro SELIC e faz aplicações mensais nele. Anualmente, a B3 (empresa que tem a custódia do Tesouro) cobra 0,30% em cima do valor desse título. Sua corretora recebe um pequeno percentual em cima dessa taxa e esse é o lucro dela.

Todos saem ganhando: tanto o investidor, que pode ter ótimas rentabilidades, quanto a corretora, que recebe em cima das taxas cobradas pelas instituições que fazem a custódia dos investimentos.

É por isso que as corretoras de valores investem pesado na educação financeira de seus correntistas e oferecem uma gama muito maior de investimentos em comparação com os bancos comerciais. Quanto mais o investidor ganha, mais lucro a corretora obtém.

Gerente e assessor de investimentos

É normal buscar orientações de um especialista antes de começar a investir. Muitas pessoas veem na figura do gerente do banco a pessoa ideal para montar uma estratégia de investimentos. O que poucos sabem é que essa não é a melhor pessoa para isso.

Em primeiro lugar, os funcionários do banco têm metas para cumprir — e isso significa que o seu gerente vai oferecer o investimento que trará mais lucros para o banco, não necessariamente o melhor para o seu perfil.

Outra desvantagem é a falta de diversificação. O gerente só pode oferecer os investimentos daquele banco, o que diminui bastante as opções de rentabilidade para o investidor. Por isso, como precisa bater metas e vender os produtos de seu empregador, o gerente “empurra” investimentos e outras opções, como seguros, consórcios e títulos de capitalização.

O assessor de investimentos, por outro lado, tem como principal função auxiliar os investidores a tomarem as melhores decisões. Também chamado de agente autônomo de investimentos, esse profissional é uma pessoa física ou jurídica integrada a uma corretora de valores.

O agente autônomo deve prospectar e captar novos clientes, compartilhar informações sobre os investimentos e tirar dúvidas, além de ajudar o investidor a avaliar o potencial de risco dos produtos com base em seus objetivos e estilo de vida. Vale ressaltar que a decisão final é sempre do investidor, então o assessor não pode convencê-lo a adquirir um investimento específico, como faz o gerente do banco.

Por isso, a melhor forma de buscar orientações é consultar o assessor de investimentos da sua corretora, já que seu interesse principal é fazer você lucrar mais e, com isso, levar lucros para a corretora também.

É seguro investir em uma corretora de valores?

Todas devem ter autorização do BACEN (Banco Central) para atuar e são supervisionadas por outras entidades, como a B3 (empresa que resultou da união entre BM&FBOVESPA e a Cetip) e a CVM (Comissão de Valores Imobiliários).

Além disso, muitos dos investimentos feitos nas corretoras contam com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), entidade sem fins lucrativos que cobre até R$ 250 mil em investimentos no caso de calotes dos bancos ou de outras instituições que oferecem aplicações.

Neste post você viu que realizar investimentos em bancos comerciais não é a melhor opção para os investidores, pois a forma como lucram não beneficia o investidor. Uma corretora de valores, por outro lado, tem seu lucro atrelado aos ganhos dos investidores, por isso busca sempre promover o sucesso de seus clientes para, assim, também ganhar.

Por fim, lembre-se que a educação financeira é sempre o melhor caminho para qualquer investidor para que ele não se torne dependente das orientações do gerente nem do comodismo de adquirir investimentos em seu próprio banco.

Quer ficar sempre ligado nas melhores opções de investimentos fora dos bancos para ter ótimas rentabilidades? Continuem acompanhando nossas postagens aqui no blog da Todos Investem!

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