BM&F: como funciona a Bolsa de Mercadorias e Futuro?

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Quem é investidor, em algum momento da vida se deparou com a Bolsa de Mercadorias e Futuro, a BM&F. Mas provavelmente não sabe muito bem o que ela é ou como funciona.

A B3, bolsa de valores do Brasil atual, surgiu em 2017, a partir da fusão entre a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa) e da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip).

Por conta dessa recente mudança, ainda é comum que investidores confundam a BM&F com Bovespa, achando que elas negociam o mesmo tipo de títulos.

Para você entender melhor o que é a BM&F, como funciona e como pode fazer dinheiro investindo nela, montamos este post especial. Boa leitura!

Como surgiu a Bolsa de Mercadorias e Futuro

Em 1971, empresários de São Paulo ligados à exportação, agricultura e comércio criaram a Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP), que foi a primeira no país a tratar de operações a termo, que são transações com entrega futura.

Nela, era possível fazer negociações sobre contratos agropecuários e, assim, começaram a surgir contratos especulando sobre o preço dessas mercadorias no futuro.

Para cuidar destas negociações, surgiu em 1985 a Bolsa Mercantil de Futuros. Com seu galopante sucesso, em 1991 a BMSP uniu suas atividades a ela e, dessa união, nasceu a Bolsa de Mercadorias e Futuro, a BM&F.

Só em 2008, após capital na bolsa de valores obtendo grande sucesso na venda de seus papéis, a BM&F e Bovespa iniciaram seu processo de fusão e se tornam o que são hoje.

Bem, tudo isso é história. Mas como as coisas acontecem na prática?

Como funciona a BM&F: os mercados futuros

A grande diferença da Bolsa de Mercadorias e Futuro, em relação às outras bolsas que compõem a B3, é que nela não são negociadas ações de empresas e sim a expectativa que um ativo pode alcançar um valor em um determinado tempo.

No início, os principais ativos eram do agronegócio, mas com a evolução da BM&F, hoje, são negociados além dos commodities (café, soja, milho, boi gordo etc.), taxas de juros e até moedas, como o dólar.

Essa expectativa é negociada por meio de um contrato. Nele, são estabelecidas a compra e venda de determinado ativo no futuro.

É uma forma de aposta, exceto que ninguém aposta no escuro, mas tendo em vista seus conhecimentos sobre o mercado e a economia. Quando alguém resolve investir pela BM&F, ou seja, adquirir um contrato futuro, a expectativa que ele tem de ganho vai girar em torno da oscilação de preços do ativo.

Para poder negociar, o investidor precisa adquirir um lote mínimo. Assim como acontece no mercado de ações, onde existe uma cota de ações mínima que o investidor precisa comprar para investir em uma empresa (geralmente 100 ações), nos contratos futuros há um lote mínimo.

Esses lotes podem ser quantidades de sacas de café, arrobas de boi gordo, quantidade de dólares ou pontos de índice.

Mas isso quer dizer que se você adquirir um contrato desse tipo vai receber sacas de café em casa? Vamos entender melhor como é, na prática, investir na Bolsa de Mercadorias e Futuro.

Como investir na BM&F

Imagine que você adquiriu um contrato futuro sobre uma commodity, o café. Isso não significa que quando o contrato vencer você vai receber as sacas de café em casa pagando o valor da saca que está no contrato.

Quer dizer que você está apostando que o preço da saca vai subir durante a vigência do contrato e, então, você vai lucrar com a valorização dessa commodity.

Nem todos os investidores vão ficar com o contrato durante toda a sua vigência. A maioria usa o mercado futuro como forma de day-trade, ou seja, compram e vendem contratos no mesmo dia, lucrando com a oscilação do preço do ativo.

Você pode negociar na BM&F por meio do Home Broker da sua corretora: pessoa física pode participar do mercado futuro.

Como pessoa física investe na BM&F

Para poder adquirir um contrato futuro, você não precisa ter na sua conta o valor total dele, mas sim uma margem de garantia.

Essa margem que a BM&F exige dos investidores é, geralmente, de 10% do valor total do contrato e pode ser oferecida em forma de títulos públicos, ações e até investimento em renda fixa.

Vamos a um exemplo prático. Digamos que você tenha visto que a saca do café está custando R$100,00 e você acredita que esse valor vai subir.

Então, você acessa o seu Home Broker e vê que o contrato futuro do café tem limite mínimo de 330 sacas. Ou seja, um contrato futuro de café é de R$33 mil. Você não tem todo esse dinheiro.

Mas você tem R$3 mil para dar como garantia e, então, consegue adquirir o contrato. No dia seguinte, você vê que o preço da saca de fato subiu, digamos que 3%. Então, você decide vender o contrato.

Nessa venda, o preço da saca será de R$103,00. Como o contrato é sobre 330 sacas, isso quer dizer que você lucrou R$990,00, ou seja, R$3,00 por saca. Como você investiu R$3mil, no final das contas o seu ganho foi de 30%.

Nada mal, não é mesmo? A questão é que, assim como os ganhos são altos, também podem ser as perdas.

Ganhos e perdas no contrato futuro

Imagine que você comprou 1000 ações da Apple por R$20,00 cada. Ou seja, você teve que pagar R$20 mil por elas. Se no dia seguinte as ações subirem para R$30,00, você terá R$10 mil de ganho.

Mas para realizar o lucro você precisa vender as ações. No contrato futuro funciona diferente. O preço dos ativos é regulado diariamente e você ganha ou perde com essa oscilação.

Se a saca que estava R$100,00 passou para R$103,00, a diferença desse valor, R$990,00, é creditada na sua conta. Entretanto, se a saca que custava R$100,00 cair para R$90,00, essa diferença, R$ 3.330,00, será debitada da sua conta.

Nesse exemplo, você perderia os R$3 mil da margem de garantia e ainda estaria devendo R$300,00. Essa diferença, chamada de ajuste diário, vai acontecer até que você liquide a sua posição e se desfaça do contrato.

Cada contrato futuro tem um código de negociação, formado por quatro letras e dois números. As três primeiras letras são referentes ao ativo. A quarta letra é referente ao mês de vencimento do contrato e os números fazem referência ao ano.

Por exemplo, CCMX18 é o código do contrato futuro de milho com vencimento em novembro de 2018. Esses códigos são padronizados para todas as corretoras.

Vantagens da BM&F

Diversificação

Com o mercado futuro, você não fica preso apenas a ações. É possível investir em commodities do agronegócio, moedas e o próprio índice Bovespa. A escolha por algum vai depender do seu conhecimento e leitura sobre o mercado.

Alavancagem

Com a margem de garantia, você consegue investir um valor maior do que o que você tem em conta efetivamente. Com isso, as possibilidades de lucro são maiores do que no mercado de ações.

Como a alavancagem é muito alta, a Bolsa de Mercadorias e Futuro usa de recursos para limitar a oscilação dos ativos a um teto máximo e evitar perdas exorbitantes para os investidores.

Liquidez

O mercado futuro negocia, diariamente, dez vezes mais recursos que o mercado de ações. Como o volume de dinheiro na BM&F é muito alto, existe mais facilidade para que você possa entrar e sair do mercado diariamente.

Facilidade

Investir no mercado futuro é tão fácil quanto investir no mercado de ações. A lógica é a mesma e, além disso, você pode negociar os contratos pelo Home Broker.

Claro, existem taxas e custos de corretagem para esses contratos futuros e eles vão variar de acordo com a complexidade e o tamanho do contrato. Avalie junto a sua corretora esses custos.

Investir em contrato futuro pode ser extremamente interessante, pois os lucros são altos e você não precisa ser milionário para navegar nesse meio. Mas requer cuidado, além da coragem. Por isso, quem pretende investir na Bolsa de Mercadorias e Futuro deve estar sempre atualizado sobre as notícias do mercado. Neste outro post, mostramos como você pode fazer isso. Confira!

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