Qual investimento em renda fixa se adequará melhor ao seu perfil?

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Você já ouviu falar sobre investimento em renda fixa? Essa é uma das modalidades mais populares de aplicação que o mercado financeiro disponibiliza. Existem tantas opções de investimento que todas as pessoas conseguem achar alguma aplicação que combine com seu perfil.

Mas você sabe como fazer a melhor escolha? É claro que decidir onde colocar o próprio dinheiro não é uma coisa tão simples e, às vezes, precisamos de uma ajudinha extra. Por isso, fizemos este texto para ajudá-lo.

A seguir, você vai entender um pouco mais sobre investimentos em renda fixa, os principais ativos, o motivo de a poupança acabar com seu poder de compra (quanto o dinheiro realmente vale) e as principais tendências para esse ano. Gostou da proposta? Então, continue a leitura!

O que é renda fixa?

Renda fixa é o nome que o mercado financeiro dá para todas as aplicações que têm a regra de remuneração definida na hora em que você faz o investimento. Logo, essa é uma modalidade na qual o investidor sabe quanto seu dinheiro vai render dentro do período estipulado.

De modo geral, o investimento em renda fixa funciona da seguinte forma: você empresta seu dinheiro para alguma instituição, ela usa esse capital para gerar lucros e depois devolve o dinheiro para você junto com os juros em função do tempo que ele ficou emprestado.

Bem simples, não é mesmo? É como se fosse um empréstimo bancário, mas quem empresta o dinheiro é você e outros investidores.

O mais interessante é que o investimento em renda fixa cumpre o que o nome promete. Seu investimento cresce em cima de um valor fixo, que pode ser prefixado em uma porcentagem, como 12% a.a., 13% a.a. etc., ou pós-fixado em algum indexador, como a Selic ou o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

No primeiro caso (títulos prefixados), você sabe exatamente quanto seu dinheiro vai render. No segundo, você tem a segurança de saber que não vai perder poder de compra, já que os indexadores normalmente acompanham a inflação.

Qual é a importância de entender seu perfil de investidor?

Mas, se você acha que é só escolher um investimento com boa rentabilidade e colocar todo o seu dinheiro nele, calma! Não é bem assim que as coisas funcionam. Mesmo que o investimento em renda fixa seja mais simples de entender, existem ativos diferentes para cada tipo de investidor.

Pessoas mais conservadoras não vão se sentir atraídas por títulos que não têm proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), por exemplo. Por outro lado, perfis mais arrojados vão querer aplicações mais rentáveis, mesmo que elas não tenham essa segurança a mais.

Por isso, você deve primeiro entender qual é seu perfil de investidor para saber o quão disposto você está de abrir mão da segurança em prol de rentabilidades mais elevadas. Depois, usando esse perfil, você pode escolher o melhor investimento disponível.

Ao escolher um ativo que não combina com você, o risco de você ficar ansioso, com medo e até mesmo desesperado é muito grande. Então, tome cuidado! No caso de dúvida, busque uma orientação profissional.

Por que devo investir em renda fixa?

Até aqui, tudo faz sentido, não é? Mas por que será que a aplicação em renda fixa é tão importante?

Em primeiro lugar, todos os investidores precisam dessa aplicação. Esse tipo de ativo é uma excelente escolha para preservar o capital, evitar a perda de dinheiro para a inflação e proteger o seu futuro e o de seus familiares.

Mesmo investidores mais agressivos precisam deixar alguma reserva financeira nesses títulos, já que é nela que ficará toda a segurança para eventuais problemas. Além disso, o investimento em renda fixa é simples, fácil de prever e ajuda você a acumular patrimônio.

Qual é a importância de conhecer os tipos de investimento?

Além de se conhecer muito bem e entender as limitações do seu perfil de investidor, outro ponto em que você deve ter muita atenção são os tipos de investimento. Conhecer os ativos disponíveis é fundamental para ter sucesso.

Quanto mais opções forem de seu conhecimento, menor será a chance de errar na escolha do ativo em que você vai investir. Afinal de contas, se você conhecer as regras e os retornos de cada investimento em renda fixa, o planejamento fica muito mais fácil, concorda?

Isso funciona mais ou menos como a compra de um carro. Se você conhece apenas um modelo, a chance de comprar um veículo caro e pouco eficiente é muito grande. Entretanto, caso conheça bastante sobre automóveis, sua escolha será muito mais consciente e a chance de acertar aumentará bastante.

Por que a poupança é uma das piores opções de renda fixa?

Depois de ter lido o texto até aqui, você provavelmente já percebeu que a poupança é um tipo de investimento de renda fixa, correto? Você coloca seu dinheiro na conta, o banco o utiliza em transações e, em troca, ele lhe paga uma pequena quantia.

Só que tem um problema nisso. A poupança não é mais um investimento. Ela apresenta, sim, oportunidades de renda fixa, mas hoje em dia a rentabilidade é tão baixa que não cobre nem mesmo a inflação.

No passado, os bancos pagavam valores muito elevados para a poupança. Graças a isso, ela acabou sendo um investimento muito rentável durante vários anos. Entretanto, essa situação mudou, mas os brasileiros ainda não se acostumaram com isso e continuam acreditando que dá para contar com a poupança.

O real perigo desse “investimento” é que ele não tem conseguido cobrir a inflação. Isso significa que, apesar de o dinheiro que você tem no banco aumentar ao longo do tempo, seu poder de compra tem caído a cada dia.

Além disso, a poupança deixa o investidor muito livre, o que acaba resultando em saques desnecessários e na perda da remuneração em cima do dinheiro. Dessa forma, a poupança tem sido, para muitos brasileiros, uma conta-corrente com várias limitações e sem taxa de administração.

Mas não é isso que você quer, não é mesmo? O que você quer é um investimento de verdade, para conseguir juntar dinheiro e construir seu patrimônio, correto? Então, a poupança não é seu lugar!

Quais são os tipos de investimento em renda fixa?

Como já falamos, você deve conhecer as opções de investimento em renda fixa para que consiga escolher a melhor opção. Por isso, fizemos uma lista com todas as aplicações que você precisa conhecer. Confira!

Tesouro Direto

O Tesouro Direto é o investimento mais tradicional do Brasil. Nele, você empresta seu dinheiro para o governo e recebe um título público. Como o emissor é o Estado, o risco dessa aplicação é muito baixo (você só não recebe se o Brasil falir).

Além disso, você não precisa ser rico para aplicar no Tesouro Direto. Com algo em torno de R$ 30 já é possível fazer um investimento em títulos públicos. Para completar, se você optar pelo Tesouro Selic — um dos títulos disponíveis nessa modalidade de investimento —, pode contar com liquidez diária, ou seja, é possível resgatar o valor a qualquer momento sem perder dinheiro.

Em meio a tantas vantagens e pontos positivos, o Tesouro tem uma desvantagem. Ele é o investimento mais conservador do país e, por isso, a rentabilidade não é tão elevada quanto a de outras opções.

CDB

Se o Tesouro é o título mais tradicional do Brasil, o Certificado de Depósito Bancário (CDB) tem um lugar garantido no coração dos investidores. Essa modalidade de aplicação consiste em emprestar dinheiro para instituições bancárias e receber juros ao final do investimento.

A liquidez desses títulos pode variar bastante. Alguns deles podem ser resgatados diariamente, mas o mais comum é que o investidor só tenha acesso ao seu dinheiro na data de vencimento do título. Com relação ao investimento mínimo, aqui temos mais uma diferença: o valor pode variar de R$ 1 mil a R$ 5 mil.

Os CDBs também são aplicações seguras e protegidas pelo FGC. Porém, como eles são emitidos por bancos, o mercado entende que eles são mais arriscados que os títulos emitidos pelo governo. Dessa forma, é fácil achar CDBs que paguem mais que o Tesouro Direto.

CRA

O Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) é um pouquinho diferente desses outros investimentos. Aqui, temos um processo um pouco mais complicado, mas que também é fácil de ser entendido.

Para compreendê-lo, você precisa saber o seguinte: várias empresas fazem vendas parceladas. Nesses casos, a companhia só recebe o retorno do seu investimento depois que todas as parcelas estão quitadas, correto?

No entanto, em alguns casos as empresas dependem dos recebimentos para manter suas atividades. Quando isso acontece, elas podem recorrer a um empréstimo bancário, usar o dinheiro dos sócios ou, o que é menos arriscado e tem taxas menores, pedir a antecipação de recebíveis.

Quando isso acontece, uma empresa chamada de securitizadora adianta o dinheiro a receber da empresa e fica com os débitos para receber dos clientes ao longo dos meses. Só que essa transação também exige muito dinheiro, correto?

Então, a securitizadora emite um papel chamado de Certificado de Recebíveis. Assim, ela oferece o direito de receber os créditos daquela securitização e de todo o rendimento do período em troca do dinheiro do investidor.

No caso dos CRAs, em função do custo do maquinário do agronegócio, os empresários tendem a pedir empréstimos para bancos. Esses bancos recorrem à securitizadora e ela faz a antecipação de recebíveis, passando os Certificados de Recebíveis para os investidores.

Assim, o recebimento do dinheiro depende da adimplência dos empresários do ramo do agronegócio. Como os Certificados de Recebíveis não são cobertos pelo FGC, é importante levar esse fator em consideração!

Esse investimento é recomendado para pessoas com maior poder aquisitivo. Ele é um pouco mais arriscado que as outras opções de investimento em renda fixa que citamos até agora. Entretanto, ele tem um grande atrativo: o investidor é isento da alíquota do Imposto de Renda.

CRI

O Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) funciona exatamente da mesma forma que o CRA. A grande diferença está no processo, já que nesse caso quem pede a antecipação de recebíveis costuma ser uma construtora ou uma imobiliária.

Logo, o investidor que opta por investir em CRIs vai receber seu dinheiro dependendo da adimplência de quem fez a compra de imóveis. Assim como nos CRAs, os CRIs também são isentos de imposto de renda.

Debêntures

As Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas que não são instituições financeiras ou de crédito imobiliário. Assim, quem aplica nesses papéis ajuda a empresa a pagar suas dívidas, torna-se um credor e recebe o pagamento com juros dentro do tempo estipulado.

O interessante das Debêntures é que existem dois tipos de títulos. Um deles é conversível, ou seja, pode ser transformado em ações da empresa ao final da aplicação, e o outro é simples e pode ser resgatado apenas em forma de dinheiro.

As Debêntures não têm uma liquidez alta e o dinheiro só pode ser resgatado no vencimento. Além disso, essa aplicação não tem proteção do FGC. Para investir com segurança, você precisará conferir a nota de classificação de risco (rating) de crédito da empresa na qual está investindo.

Quem dá essa nota são as agências de classificação de risco. As notas vão de A até D. Quanto maior a nota, menor o risco de a empresa deixar de pagar seus credores. Entretanto, nem sempre vale a pena investir nas empresas mais seguras.

Quanto maior for o risco de uma empresa deixar de pagar seus credores, menos pessoas vão ter o interesse de emprestar dinheiro para ela, correto? Por isso, elas precisam oferecer alguma vantagem aos investidores. Essa vantagem normalmente é traduzida em uma rentabilidade mais atraente.

Debêntures incentivadas

Além das Debêntures comuns, também existem as Debêntures incentivadas. Elas funcionam exatamente da mesma forma, mas são voltadas para empresas que realizam obras de infraestrutura (aeroportos, estradas e portos).

Graças a isso, o governo oferece um incentivo fiscal para quem quer ser credor desse tipo de empresa. Então, nessa aplicação o investidor ganha o benefício da isenção da alíquota do Imposto de Renda.

FIDC

Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, ou FIDC, é um investimento em renda fixa em um fundo de investimento que tem em sua carteira ao menos 50% do capital aplicado em Direitos Creditórios.

O Direito Creditório é como se fosse o Certificado de Recebíveis. As empresas pegam o saldo a receber, procuram uma securitizadora e fazem a antecipação. A securitizadora repassa esses direitos, por meio da securitização, para terceiros, como investidores e fundos de investimento.

Esses fundos podem ser abertos ou fechados. Nos abertos, o investidor pode resgatar o dinheiro a qualquer momento. Já nos fundos fechados, é preciso esperar que o prazo estipulado termine, e só depois disso é que o dinheiro pode ser requisitado.

Além disso, aqui existem dois tipos de cotas. As Seniores e as Subordinadas. As Seniores têm preferência no recebimento e funcionam como um rendimento fixo tradicional. As cotas Subordinadas só recebem seu dinheiro depois que os cotistas Seniores garantem sua parte.

A grande vantagem da cota Sênior é que ela é mais segura e fácil de prever. Por outro lado, a cota Subordinada é mais arriscada, mas também oferece a possibilidade de ganhos mais elevados.

Outro detalhe importante sobre os FIDCs é que o investimento mínimo é de R$ 25 mil e eles não contam com a garantia do FGC.

LCA

As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) funcionam da mesma forma que os CDBs. Elas são emitidas por bancos, têm proteção do FGC e a liquidez varia bastante, podendo ir de seis meses até cinco anos. O investimento mínimo em LCA é de R$ 5 mil, apesar de aparecerem raramente títulos de R$ 1 mil (você vai ter que procurar bastante se quiser esses).

Essa aplicação é feita para recolher dinheiro para impulsionar o agronegócio. Como essa é uma das áreas estratégicas do governo brasileiro, as LCAs têm isenção da alíquota do Imposto de Renda, o que as torna muito atraentes.

LCI

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) têm o mesmo funcionamento das LCAs; a diferença é que o setor que recebe o dinheiro é o imobiliário. Para o investidor, não existe muita diferença entre um título e outro.

Letra de Câmbio

As Letras de Câmbio são outra aplicação muito semelhante ao CDB. Quase tudo funciona da mesma forma para o investidor. A grande diferença é que o emissor desses títulos não é um banco, mas sim uma financeira.

Essa aplicação também conta com a proteção do FGC. Além disso, ela não tem liquidez diária e o tempo de investimento pode variar de um a cinco anos. Para começar a investir em Letras de Câmbio, você precisará aplicar, em média, R$ 2 mil.

Como começar a investir em renda fixa?

Se você gostou das informações que trouxemos até aqui, provavelmente está se perguntando o que é preciso fazer para ter acesso a todos esses investimentos, não é mesmo? Bom, é muito fácil: você pode buscar ofertas em seu banco ou procurar uma corretora de valores.

As corretoras tendem a ter mais opções de investimento, custos menores e menos burocracia. Entretanto, se você for uma pessoa de alta renda, seu banco pode ter oportunidades interessantes para lhe oferecer, então, vale a pena dar uma olhada.

Quais tipos de investimento são mais adequados ao seu perfil?

Durante toda a descrição que fizemos sobre o investimento em renda fixa, você deve ter reparado que falamos sobre os riscos, valor a ser investido e tempo mínimo de aplicação. Essas informações foram colocadas aqui para ajudá-lo a escolher o melhor investimento para você.

Dessa forma, você pode saber quais proteções e quais perigos cada uma das alternativas oferece. Olhe mais uma vez para cada aplicação e veja se ela chama ou não sua atenção. Veja se o risco o incomoda, se o mínimo a investir é alto demais ou se o tempo de investimento é muito longo.

Para saber se uma opção é adequada ao seu perfil, basta se perguntar como você se sentiria se seu dinheiro estivesse naquela aplicação. Como você se sentiria se não pudesse tocar naquele capital e fosse necessário passar o mês com suas outras reservas e seu salário?

Se você não conseguir responder a esses questionamentos, a nossa dica é que procure uma orientação. A assessoria de investimentos é uma excelente forma de fazer isso, já que uma equipe especializada pode analisar seu perfil, tirar suas dúvidas e orientá-lo na escolha dos melhores ativos.

Quais são as tendências para 2018?

Se você já conseguiu entender bem qual é seu perfil e quais investimentos mais combinam com você, está na hora de saber o que o mercado tem entendido como boas oportunidades. Assim, você poderá escolher o melhor ativo para o momento atual do país. Vamos lá?

Primeiramente, precisamos frisar que a taxa Selic teve doze quedas nos últimos dois anos. Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa em 6,5% a.a. por cinco vezes consecutivas.

Isso significa que a taxa de juros do país está mais baixa, o que reduz o rendimento do investimento em renda fixa. Como o cenário futuro ainda é incerto, títulos pós-fixados (aqueles que são atrelados a algum indexador) não são recomendados, já que se a economia melhorar o rendimento deles reduzirá.

Dessa forma, as tendências para os próximos meses são voltadas para títulos prefixados (aqueles de rendimento definido e não ligados a indexadores) de curto prazo. Assim, você continua aproveitando a renda fixa, mas tem a segurança de poder trocar de investimento caso a situação do país mude.

Além disso, o investimento em empresas chama a atenção. Como a economia ainda está fraca e o país reage aos poucos, as empresas estão fazendo dívidas para manter suas atividades, principalmente em função dos juros mais baixos. Então, fique de olho nas Debêntures!

Como deu para ver, o investimento em renda fixa não é nenhum bicho de sete cabeças. Todos eles funcionam de forma muito parecida e você apenas precisa tomar cuidado para aplicar seu dinheiro nos ativos que combinem com seu perfil de investidor.

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